terça-feira, 5 de agosto de 2008

1994 - Elliott Smith - Roman Candle


Primeiro disco desse compositor estadunidense, de Omaha, Nebraska, pela Cavity Search Records. Conhecido como o rapaz de terno branco e violão impunhado, que concorreu ao oscar em 1997 com a música Miss Misery para o filme Gênio Indomável de Gus Van Sant, disputando com My Heart Will Go On do filme Titanic, interpretado por Celine Dion. Mas aqui, só interessa dizer isso porque uma das músicas dessa trilha sonora está nesse álbum, é a No Name #3. Junto com a baladinha No Name #1 e a tristonha No Name #2, forma um triângulo do que seria, a princípio, a linha trovadoresca que Elliott adotaria também em outros disco, como o homônimo Elliott Smith, o Either/Or, respectivamente de 1995 e 1997, e o póstumo New Moon de 2007. Usando ainda a geometria, eu diria que Smith em seus discos, forma semi-retas, onde uma das pontas tem um ponto de origem, e nesse caso a vida do próprio, e a outra tende ao infinito, e aqui ponho a minha vida e a tua. Dono de senhoras vozes, que são ainda mais condensadas quando ele põe uma por cima da outra, formando camadas, multiplicando os sentimentos e sensações. Quando ele diz em No Name #1: "Você me faz lembrar da filha de alguém/Eu me esqueci dela/Eu esqueci o nome dela, envergonhado/Vá para casa e viva com a sua dor/Deixe como está/Você não pertence a isto aqui", isso ecoa trezentas vezes no oudido, pelas trezentas vozes que proferem isso. "Beba, meu amor, fique para cima a noite toda/As coisa que você poderia fazer, você não vai, mas deveria/O potencial que você terá e que nunca verá/As promessas que você apenas fará", de Between The Bars, também trilha de O Gênio Indomável.
Não é à-toa que Elliott Smith considera Nick Drake um pai, também não é por acaso, a semehança em algumas faixas entre os dois, no que se refere aos dedilhados no violão, ou harmonia vocal, e essa maneira "familiar" de ver um ser, é aquela mesma que se tem quando se quer ultrapassar esse mesmo ser...

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